domingo, 16 de junho de 2013

Por que fazemos amigos e até que ponto eles influenciam nossas vidas?

Segundo estudos, tudo começou por interesse. Assim como os animais irracionais que se relacionam por instinto de defesa, para se proteger de predadores, para proteger suas crias e outros afins, os seres humanos também fizeram suas primeiras relações de amizade por interesse e até hoje é assim.


“Meu Deus, que horrível. Eu não sou assim, minhas amizades são verdadeiras”. Muita gente vai pensar ao ler o parágrafo anterior, mas é a mais pura verdade. Já ouviu falar na OCITOCINA? É um hormônio liberado pelo cérebro responsável por nada mais nada menos que a reprodução; é responsável pelo afeto da fêmea pelo macho. “Eca, que nojo. Não tenho essas intenções com meus amigos”. Calma, nosso cérebro é mais adaptativo do que pensamos.


Na pré-história, os hominídeos eram nômades. Com o passar do tempo, criar relações sociais se tornou uma necessidade, principalmente para a sobrevivência da espécie, e para auxiliar esse novo modo de vida o cérebro liberava a ocitocina. Como isso o cérebro começou a alterar levemente as funções desse hormônio. Deixou de ser útil apenas para a formação de famílias e passou a facilitar o surgimento de laços de amizade.
Experiências feitas na Universidade da Califórnia comprovaram que, quando você conhece uma pessoa que lhe pareça confiável, o nível de ocitocina no seu cérebro aumenta. Isso faz com que você se sinta mais propenso a criar uma relação com aquela pessoa. Ou seja: graças à ocitocina, o cérebro aprendeu a transformar algo que era necessário à sobrevivência em prazer.


Apesar de só nos trazer benefícios, o organismo humano limita a quantidade de amizades para 150 pessoas, ao mesmo tempo, devido às limitações do neocórtex (área responsável pelo pensamento consciente). Para manter uma boa amizade é preciso gravar inúmeras informações sobre a pessoa e quando essas informações arquivadas ultrapassam essa quantidade não passam de relações casuais. Não são amizade. Outros pesquisadores foram além e constataram que, dentro desse grupo, há uma série de círculos concêntricos com 5, 15, 50 e 150 pessoas.
5 - amigos do peito: São os íntimos, com quem você mais fala - e não hesitaria em ligar de madrugada ou pedir dinheiro emprestado.


15 - grupo de empatia: São pessoas bastante importantes para você - se alguma delas morresse amanhã, você ficaria muito triste.


50 - número típico: É o número de amizades mantidas pela maioria das pessoas.


150 - limite: Máximo que o cérebro consegue administrar ao mesmo tempo. São as pessoas cujos nomes, rostos e características você consegue memorizar e acionar caso seja necessário.


Agora, que ter amizades é muito bom e faz bem ao corpo todos já sabem. Mas sabem os reais benefícios ou até onde recebemos influencia de amigos? Em 1937 a Universidade Harvard começou uma pesquisa que perdura até hoje com voluntários de várias idades que têm sua vida acompanhada com testes periódicos para saber o que faz um ser humano saudável. E por incrível que pareça, o fator que mais influi no bem estar são os amigos.


Ter laços fortes de amizade aumenta a vida em até 10 anos e previne uma série de doenças. Pessoas com mais de 70 anos têm 22% mais chance de chegar aos 80 se mantiverem relações de amizade fortes e ativas. E isso tudo ocorre devido a ocitocina, novamente, que age como o oposto da adrenalina. Enquanto a adrenalina aumenta o nível de estresse, a ocitocina reduz os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea, diminuindo a probabilidade de ataques cardíacos e derrames e aumenta os níveis de interleucina no sangue, componente do sistema imunológico que combate as infecções. E pessoas com menos de 4 amigos têm risco dobrado de desenvolver doenças cardíacas.


Mas assim como trazem felicidade, também podem aumentar suas chances de entrar em depressão. Cada amigo triste, segundo as equações de Christakis e Fowler, coloca você 7% mais para baixo. Mas a felicidade, felizmente, é muito mais potente: ter um amigo contente aumenta a sua chance de ficar feliz em 15,3% - e, a partir dele, cada pessoa alegre contribui com mais 9,8%.
Ou seja, é devido a esses e muitos outros fatores que o número de amigos que se adiciona nas redes sociais é extensa. Além de ser coisa do nosso psicológico, provocar bem estar etc, é também puro interesse do nosso cérebro de satisfazer suas necessidades.
E agora para quem não acredita muito no poder da influência vão ai alguns aspectos da vida e a quantidade de influência exercida sobre nós, segundo estudos e pesquisas:

OBESIDADE:

• Se o seu amigo é obeso: +45% risco para você.
• Se o amigo do amigo é, seu risco aumenta em 20%.
• Se o obeso é o amigo do amigo do amigo, o risco aumenta 10%.
• Se é o esposo/a, 37%.

TABAGISMO:


• Se um amigo seu começa a fumar, o seu risco de se tornar fumante aumenta 61%.
• Se o amigo de um amigo vira fumante, o risco aumenta 29%.
• Se o amigo do amigo de um amigo fuma, o risco cresce 10%.

FELICIDADE:


• Se um amigo está feliz, a sua felicidade aumenta em 15,3%.
• Se o amigo de um amigo está feliz, a sua felicidade cresce 9,8%.

• Se o amigo do amigo do amigo está feliz, seu bem-estar aumenta 5,6%.

Por Tchica

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