Segundo
estudos, tudo começou por interesse. Assim como os animais irracionais que se
relacionam por instinto de defesa, para se proteger de predadores, para
proteger suas crias e outros afins, os seres humanos também fizeram suas
primeiras relações de amizade por interesse e até hoje é assim.
“Meu
Deus, que horrível. Eu não sou assim, minhas amizades são verdadeiras”. Muita
gente vai pensar ao ler o parágrafo anterior, mas é a mais pura verdade. Já
ouviu falar na OCITOCINA? É um hormônio liberado pelo cérebro responsável por
nada mais nada menos que a reprodução; é responsável pelo afeto da fêmea pelo
macho. “Eca, que nojo. Não tenho essas intenções com meus amigos”. Calma, nosso
cérebro é mais adaptativo do que pensamos.
Na
pré-história, os hominídeos eram nômades. Com o passar do tempo, criar relações
sociais se tornou uma necessidade, principalmente para a sobrevivência da
espécie, e para auxiliar esse novo modo de vida o cérebro liberava a ocitocina.
Como isso o cérebro começou a alterar levemente as funções desse hormônio.
Deixou de ser útil apenas para a formação de famílias e passou a facilitar o
surgimento de laços de amizade.
Experiências
feitas na Universidade da Califórnia comprovaram que, quando você conhece uma
pessoa que lhe pareça confiável, o nível de ocitocina no seu cérebro aumenta.
Isso faz com que você se sinta mais propenso a criar uma relação com aquela
pessoa. Ou seja: graças à ocitocina, o cérebro aprendeu a transformar algo que
era necessário à sobrevivência em prazer.
Apesar
de só nos trazer benefícios, o organismo humano limita a quantidade de amizades
para 150 pessoas, ao mesmo tempo, devido às limitações do neocórtex (área
responsável pelo pensamento consciente). Para manter uma boa amizade é preciso
gravar inúmeras informações sobre a pessoa e quando essas informações
arquivadas ultrapassam essa quantidade não passam de relações casuais. Não são
amizade. Outros pesquisadores foram além e constataram que, dentro desse grupo,
há uma série de círculos concêntricos com 5, 15, 50 e 150 pessoas.
5 - amigos
do peito: São os íntimos, com quem você mais fala - e não hesitaria em ligar de
madrugada ou pedir dinheiro emprestado.
15 - grupo
de empatia: São pessoas bastante importantes para você - se alguma delas
morresse amanhã, você ficaria muito triste.
50 - número
típico: É o número de amizades mantidas pela maioria das pessoas.
150 -
limite: Máximo que o cérebro consegue administrar ao mesmo tempo. São as
pessoas cujos nomes, rostos e características você consegue memorizar e acionar
caso seja necessário.
Agora,
que ter amizades é muito bom e faz bem ao corpo todos já sabem. Mas sabem os
reais benefícios ou até onde recebemos influencia de amigos? Em 1937 a
Universidade Harvard começou uma pesquisa que perdura até hoje com voluntários
de várias idades que têm sua vida acompanhada com testes periódicos para saber
o que faz um ser humano saudável. E por incrível que pareça, o fator que mais
influi no bem estar são os amigos.
Ter
laços fortes de amizade aumenta a vida em até 10 anos e previne uma série de
doenças. Pessoas com mais de 70 anos têm 22% mais chance de chegar aos 80 se
mantiverem relações de amizade fortes e ativas. E isso tudo ocorre devido a
ocitocina, novamente, que age como o oposto da adrenalina. Enquanto a
adrenalina aumenta o nível de estresse, a ocitocina reduz os batimentos
cardíacos e a pressão sanguínea, diminuindo a probabilidade de ataques
cardíacos e derrames e aumenta os níveis de interleucina no sangue, componente
do sistema imunológico que combate as infecções. E pessoas com menos de 4
amigos têm risco dobrado de desenvolver doenças cardíacas.
Mas
assim como trazem felicidade, também podem aumentar suas chances de entrar em
depressão. Cada amigo triste, segundo as equações de Christakis e Fowler,
coloca você 7% mais para baixo. Mas a felicidade, felizmente, é muito mais
potente: ter um amigo contente aumenta a sua chance de ficar feliz em 15,3% -
e, a partir dele, cada pessoa alegre contribui com mais 9,8%.
Ou
seja, é devido a esses e muitos outros fatores que o número de amigos que se
adiciona nas redes sociais é extensa. Além de ser coisa do nosso psicológico,
provocar bem estar etc, é também puro interesse do nosso cérebro de satisfazer
suas necessidades.
E agora
para quem não acredita muito no poder da influência vão ai alguns aspectos da
vida e a quantidade de influência exercida sobre nós, segundo estudos e
pesquisas:
OBESIDADE:
• Se o seu
amigo é obeso: +45% risco para você.
• Se o
amigo do amigo é, seu risco aumenta em 20%.
• Se o
obeso é o amigo do amigo do amigo, o risco aumenta 10%.
• Se é o
esposo/a, 37%.
TABAGISMO:
• Se um
amigo seu começa a fumar, o seu risco de se tornar fumante aumenta 61%.
• Se o
amigo de um amigo vira fumante, o risco aumenta 29%.
• Se o
amigo do amigo de um amigo fuma, o risco cresce 10%.
FELICIDADE:
• Se um
amigo está feliz, a sua felicidade aumenta em 15,3%.
• Se o
amigo de um amigo está feliz, a sua felicidade cresce 9,8%.
• Se o
amigo do amigo do amigo está feliz, seu bem-estar aumenta 5,6%.
Por Tchica
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